Conta uma velha história que uma família de polegarzinhos vivia dentro da parede de um palácio.
Certo dia, enquanto Polegarzinha e os irmãos combinavam ir brincar às escondidas no palácio, Polegarzinha escondeu-se num relógio grande, velho e inclinado que tinha uma grelha da porta aberta. A porta fechou-se e Polegarzinha afligiu-se. Irmão Pacheco reparou que a sua irmã se tinha trancado no grande relógio.
Polegarzinha ouviu uma voz muito triste.
– Olá!
– Quem és tu?
– O relógio.
– E porque falas com uma voz tão triste?
– É porque estou sempre aqui parado e ninguém me liga porque sou velho e feio.
– E porque acham eles isso?
– Eles foram comprando outros e mais outros e já não me dão importância.
– E tu que fazes?
– Eu sou um grande relógio.
– Grande?!
– Sim, eu sou capaz de te conceder desejos, levar-te a passear no tempo…
– E os teus donos sabem disso?
– Não… E tu, que fazes?
– Eu sou uma polegarzinha que ajuda os pais a trabalhar.
– Eu acho que já nos conhecemos…
– Quero fazer-te uma pergunta.
– Diz.
– Como te chamas?
– Eu sou o Trovador.
– Olha, sabes dizer-me como sair daqui?
– Sim, claro, estás a ver aquele buraco ali?
– Sim.
– Achas que cabes lá?
– Sim, sem problemas.
– Atrás desse buraco há um grande e intenso túnel que vai dar à quinta dos lavradores.
– Obrigado, senhor Trovador.
– De nada.
Polegarzinha foi ter com a sua família e, como agradecimento ao relógio, prometeu ir sempre visitá-lo e até pensou em mudar-se para lá com a sua família.
Diogo Ferreira e Diogo Vieira