Era uma vez um pato que tinha umas patas muito feias. Vivia num pequeno lago, junto a uma grande montanha, com outros patos que nunca se aproximavam dele por causa das suas patas.
Certa vez, num belíssimo dia de sol, o pato decidiu subir a montanha para ir ter com o sapateiro que vivia no cume. Após muito suor e cansaço, chegou a casa do sapateiro. Ele mandou-o entrar, o patinho explicou-lhe a sua situação e pediu-lhe que lhe fizesse umas botas muito apertadas. O senhor sapateiro assim fez, criou umas botas muito apertadas, deu‑lhas e ele calçou-as. O pato ficou muito feliz e desceu a montanha para mostrar as suas botas aos outros patos do lago, que ficaram cheios de inveja.
Muito contente, saltou para a água e deu às patinhas, e só então deu conta de que não conseguia nadar. As botas eram muito pesadas e foi por pouco que não se afogou.
Era um grande problema, qualquer pato conseguia nadar, menos ele, por isso ficou muito triste, sem saber o que fazer. Ficou o dia todo sozinho a chorar numa floresta assustadora, até que apareceu um velho alce que lhe perguntou porque é que estava a chorar. O pato explicou‑lhe o que acontecera e o alce tentou ajudá-lo, tentando tirar-lhe as botas, mas estavam presas e não saiam por mais força que o velho alce fizesse. Tentou de todas as maneiras até que se cansou e desistiu. Não havia forma de tirar aquelas botas e o patinho ficou ainda mais triste.
No dia seguinte foi ter com o pato gigante que vivia do outro lado da floresta. Pediu-lhe que usasse toda a sua força para lhe retirar as botas, mas o pato mais forte do mundo nada conseguia fazer. Então decidiu subir a montanha e ir novamente ao encontro do sapateiro.
Quando chegou ao cume da montanha, bateu à porta da casa e o sapateiro disse-lhe para entrar. O pato contou-lhe o seu problema e disse que queria tirar as botas, pois não conseguia nadar com elas nas patas. O senhor sapateiro respondeu que não podia fazer nada e que, muito provavelmente, ele iria ficar para sempre com aquelas botas agarradas às patas. O patinho ficou muito triste e decidiu dar uma volta pela sua vila.
Pelo caminho encontrou uma poça de lama onde estavam dois porcos a jogar à bola. Os porcos perguntaram-lhe se queria juntar-se a eles. Começaram os três a jogar e, no meio de tanta lama e com todos os pontapés na bola, acabou por perder uma bota, e depois a outra. O patinho ficou muito contente e foi a correr para o lago onde nadou durante todo o dia.
Daí em diante o pato viveu feliz para sempre e nunca mais ficou insatisfeito com as suas patas.
Luís Correia N.º 16
Luís Sequeira N.º 17