Para se interiorizar o estilo de um autor, não há como senti-lo na pele. Na pele, no coração, e, sobretudo, no cérebro. Estudados Os Maias, imitar pontual ou persistentemente o estilo e a linguagem de Eça de Queirós é uma tentação. O Sebastião não resistiu e reescreveu uma notícia encontrada na internet sobre a situação económica atual do país. Os queirosianismos encontram-se assinalados a negrito.
Portugal continuará a recessionar em 2013
O programa de ajustamento da Troika está “como previsto”, mas Portugal vai mesmo assim sofrer uma forte, potente e desagradável recessão este ano e em 2013 também, considera a simpática e benevolente agência de notação financeira Fitch.
Numa análise hoje divulgada sobre Portugal, a Fitch considera que o processo de “reforma e reequilíbrio da economia portuguesa começou bem”. Imagine-se se não tivesse começado…
Os analistas da “Fich” (sic), notam que o défice da balança corrente “está a diminuir” e que, “em termos gerais”, Portugal está a cumprir o acordozinho com a Troika composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (também conhecido por FIM…)
O precioso documento – intitulado “No bom caminho até agora, mas persistem desafios” – aponta contudo também para os “riscos significativos”, nomeadamente o fraco, débil e delicado crescimento.
Deste ponto de vista, a Fitch negreja ainda mais o quadro do que o Governo ou do que a ‘troika’, vaticinando uma contração do PIB de 3,7 por cento, este ano (o Executivo agarra-se a uma quebra de 3 por cento), e que a recessão continue em 2013 futurando uma nova redução do PIB em 1,5 por cento (o Governo, falsamente esperançoso, espera que a economia cresça 0,6 por cento no próximo ano).
No entanto, e numa aparente contradição, as Fitchações para a evolução da taxa de desemprego são muito mais otimistas do que as governais ou as troikanas — a Fitch calcula convenientemente uma taxa de 13,5 por cento para este ano e 14 por cento no próximo (o Governo prevê deliberadamente 14,5 e 14,1 por cento, e deverá rever brevemente, rigorosamente, pormenorizadamente, estas projeções).
Link da notícia original: http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2516849
Sebastião Perestrello, 11,º B, numa tarde em que se encontrava com disposição queirosiana