Quem tramou a Inspetora Saltão?
No dia 23 de janeiro, pelas 14: horas, ouviu-se a Professora Doutora Susana Costa, do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, desconstruir o caso da Inspetora Saltão perguntando, com ironia, "Quem a tramou?". Nesta sessão, abordou-se a questão da utilização das tecnologias e do saber científico no auxílio à justiça no sentido de auxiliar a contribuir para uma maior robustez e credibilidade da prova forense. Mostrou-se que este uso depende das práticas que estão a montante – o trabalho das polícias na cena do crime - mas também depende das práticas e entendimentos dos restantes atores que compõem a cadeia de custódia da prova: o Ministério Público, os técnicos do laboratório e o juiz. Neste âmbito, analisou-se o caso da Inspetora Saltão, acusada de matar a avó do marido. Partindo da cena do crime até ao tribunal, percorreu-se toda a trajetória da prova, procurando perceber de que forma os vestígios recolhidos na cena do crime foram avaliados por diferentes atores e de que forma as i(in)certezas são apropriadas nas narrativas construídas. A sessão permitiu perceber de que forma os diferentes atores interpretaram as “mesmas” provas e as repercussões que as diversas interpretações tiveram nas diferentes sentenças judiciais.
Diga-se que alunos do 12º estiveram à altura da desconstrução. Perguntaram, criaram as suas próprias narrativas e foram para casa a pensar quem tramou quem no caso da Inspetora Saltão.
Professor Vítor Oliveira