Setembro
Destapo a cesta de setembro. Deparo-me com o amarelo das peras,
das ameixas, das maçãs e o preto das amoras. Assisto à
romaria e às vindimas. Aulas, livros e cadernos novos.
Voa no ar o cheiro a goivo. Sem dar por isso, sinto os primeiros ventos
de outubro.
Ana Catarina, 7ºD
Janeiro
Abro o baú de janeiro. Abraço os molhos de vento, o frio enregelado
e as pitadas de neve. Tudo me lembra a branco.
Sinto no ar a essência das orquídeas e das cravinas. Enrosco-me
no cachecol, esfrego-me nas luvas, acrescento-me o gorro
às riscas. Assisto ao desfile dos majestosos reis,
da Paz e da Liberdade. Não tarda e estreia-se fevereiro.
Mariana Rua, 7ºD
Fevereiro
Destapo a arca de fevereiro e começo por tirar
as máscaras e o Amor. Desfilam foliões e o Amor anda
nas mãos do vento. Sinto no ar as fragâncias e
a cor das amendoeiras!
Inesperadamente, surge março!
Alessia Pereira, 7ºD
Fevereiro (outra vez)
Do velhinho baú do tempo, sai agora a caixinha de fevereiro, cinzenta de vários tons, com alguns raios amarelos. Cheira a frio e também a mofo ou talvez a bolas de naftalina dos sobretudos guardados todo o verão.
Aberta esta caixa, o que se pode espreitar? Que o inverno está para vir ou que já esta a acabar? Basta ver se a Febreirinha está a rir ou a chorar.
Ouvem-se também os bombos e os apitos de quem festeja o carnaval. Do 18 ouve-se um som sem precisar de abanar: «parabéns à Maria, nesta data querida…»
E porque tem pressa de acabar, não dá tempo de colher e nem sequer de semear.
Maria Oliveira, 11.º B
Março
Abro o gavetão de março… começo por arrumar as botas quentes, os casacos,
os chapéus de chuva. Esqueço a neve gelada e o frio
que me entrou pelos os ossos. Faço ramalhetes
de margaridas e de orquídeas.
Delicio-me com as tangerinas e as pitangas. Vejo aos saltos
o carneiro e os peixes . Está a espreitar abril!
Andreia Fernandes, 7º