Vergonha
Sou muito envergonhada. Tão envergonhada que nem me apetece falar disso. Fico vermelha e não gosto. Não gosto de ficar limitada, acorrentada por ela. Não gosto que me visite. Quem me dera expulsá-la para sempre e gritar:
Desaparece, vergonha, para sempre, por favor!
Espera
Tic-tac, tic-tac, tic-tac…
Estou a desesperar, nunca mais chega, passa o tempo, passa, passa e passa e nunca mais chega! Que seca!
DESPACHA-TE!
Mas é vida é sobretudo esperar…
Desfiles de Moda
Está instalada a confusão! Nos bastidores a azáfama fala mais alto. É secadores para aqui, pincéis para ali, roupa no chão, fotógrafos sem parar de disparar. Roupa extraordinária está pronta a ser vestida por corpos esculturais. O murmurinho na plateia já se faz ouvir, estão lá todas as it girls, as blogers, as grandes herdeiras, os jornalistas do género. As expetativas estão altas e eis que chega o momento. A luz da passerelle acende, as pessoas calam-se e admiram aquela beleza. Uns mais concentrados no andar felino, no catwalk, outros nas roupas, nos pormenores da gola, da bainha, no estampado do tecido, no calçado, no penteado e até mesmo na maquilhagem. A música envolve toda esta mistura de sensações.
Por fim, para encerrar o desfile, aparece o estilista, uns instantes apenas, tempo suficiente para mostrar traços da sua personalidade e receber os merecidos aplausos.
Ana Ribeiro, 12.º B