Introvertido
Oh, olá… Não reparei que estavas aí. Estava perdido nos meus pensamentos… Eu costumo fazer isso; é um sítio tão calmo e interessante… Muito mais que muitas pessoas, mas não, não interpretes isto mal, eu gosto de falar com outros, apenas prefiro, aliás, preciso de estar algum tempo sozinho todos os dias. Ajuda a clarear as ideias, a descontrair e é bastante agradável. É também a razão pela qual evito multidões e sítios com muito barulho. O facto de não conseguir pensar incomoda-me bastante, e se isso se mantiver por muito tempo, deixo até de me conseguir concentrar em seja o que for a não ser nisso.
Geralmente não me expresso muito, prefiro manter as coisas para mim mesmo, não por egoísmo, mas por incerteza da veracidade, por vergonha, ou por simplesmente achar que não é boa altura para falar. Eu podia mostrar-te a minha mente, mas acho que somente eu a entenderia realmente. É muito confusa, não me importava de ta explicar, se quisesses, mas não sei bem se devia…
Lucidamente insano
De que serve ser são? Apenas se vê o mundo de uma forma que faça sentido. Não raro um só sentido.
De que serve ser insano? Vê-se um mundo de uma forma que não faz sentido nem a quem o vê.
Ser lucidamente insano pode parecer um paradoxo, e na verdade, até o é, mas ao ter a capacidade de ver o mundo de uma forma diferente e ainda conseguir ter consciência da realidade, abre uma quantidade infindável de maneiras de lidar com as mais variadas situações, de pensar “fora da caixa”, algo tão encorajado nos dias de hoje, de tornar a vida menos aborrecida, menos monótona e mais livre.
Multidões
Um grande aglomerado de gente, num espaço pequeno: não sei bem o que é que algumas pessoas vêm de agradável nisso. Talvez gostem do contacto que têm com os outros, do barulho, da dinâmica que a multidão traz, ou simplesmente da sensação de que estão incluídos.
O contacto não me permite mover como quero; o barulho não me deixa pensar; a dinâmica é para quem não tem confiança para fazer o que precisa sozinho/a e a sensação de inclusão é falsa, desaparece assim que o grupo é dissolvido.
É certo que as multidões são úteis, aliás, muitos acontecimentos históricos não teriam ocorrido sem elas. Contra essas multidões não tenho nada, pois elas foram criadas por uma boa razão e todos os participantes tinham um objetivo em comum. Apenas acho que nos dias que correm, o povo procura todo o tipo de razões para se juntar. Eu sei que o ser humano é um animal social, precisa de conviver, mas acho que é de mais. Aprendam a desenrascarem-se sozinhos, que isso é uma das principais qualidades de um português!
Videojogos
Explicá-lo não é algo que realmente possa dizer que seja fácil, o gosto por videojogos acaba por crescer na pessoa à medida que os joga. São como uma espécie de portal para tudo o que possa ser imaginado, seja esse mundo triste, alegre, estranho, demente, corrupto, pixelizado, geométrico ou simplesmente… errado.
Jogos há-os de todo os géneros: corridas, combate, guerra, puzzle, estratégia, sobrevivência… o mais provável é pensares num tipo e eu ser capaz de te apontar um jogo dentro desse género. Há jogos para todos os gostos.
É através deles que uma pessoa pode viver estórias de maneiras impossíveis em livros ou filmes, porque pode fazer-se parte delas, pode-se moldá-las à nossa maneira, pode influenciar-se como elas se desenrolam, embora isto só em certos tipos de jogos. Mesmo que não possamos influenciar o seu desfecho, ainda são capazes de nos contar estórias incríveis, de nos ensinar, de nos mostrar outras maneiras de ver as coisas, de nos ajudar a aliviar o stress, de nos apresentar desafios, mas principalmente, de nos divertir.
Os videojogos são uma coisa fabulosa. Claro que tudo o que é em demasia não faz bem e nem tudo nos videojogos é bom, mas é certo que há bem mais aspetos positivos do que negativos, independentemente do que os media em decadência, que são a televisão e os jornais, possam dizer.
Gostava ainda de deixar uma breve referência a um excelente jogo. O mais provável é que a maioria não a entenda, mas fico contente se pelo menos uma pessoa a perceber.
The cake is a lie.
Sebastião Perestrello, 12.º B