Helena

Cozinhar

Gosto de sentir que a cozinha é só minha, sem ninguém por perto para desvendar os meus segredos.
Adoro experimentar receitas novas, mesmo quando algumas não saem bem, e por fim, prová-las e dar a provar àqueles de quem gosto.
Adoro usar especiarias, principalmente, quando são pratos de carne. As ervas aromáticas como o tomilho, mangericão, salsa, coentros, erva-doce, hortelã, alecrim, louro, orégãos… são palavras mágicas para o meu paladar pois podem tranformar um prato banal num manjar divíno.
Pela primeira vez, este Natal preparei o peru com o meu pai. Posso dizer que, para principiante, ficou muito bom. Simples, mas de comer e chorar por mais.
Jovem, com muitas coisas ainda para aprender, é por isso que espero.

Andar à chuva

Não gosto de andar à chuva.
A chuva molha. Tolos e todos os que a apanham.
A chuva é fria, arrepia, é desconfortável e perigosa.
Para mim a chuva é sempre de mais. Quem me dera viver num país onde não chovesse nunca. Ou, vá lá, onde apenas chovesse enquanto estou a dormir.
Singing in the rain não é para mim.

Helena Sequeira, 12.º B

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Ana

Vergonha

Sou muito envergonhada. Tão envergonhada que nem me apetece falar disso. Fico vermelha e não gosto. Não gosto de ficar limitada, acorrentada por ela. Não gosto que me visite. Quem me dera expulsá-la para sempre e gritar:
Desaparece, vergonha, para sempre, por favor!

Espera

Tic-tac, tic-tac, tic-tac…
Estou a desesperar, nunca mais chega, passa o tempo, passa, passa e passa e nunca mais chega! Que seca!
DESPACHA-TE!
Mas é vida é sobretudo esperar…

Desfiles de Moda

Está instalada a confusão! Nos bastidores a azáfama fala mais alto. É secadores para aqui, pincéis para ali, roupa no chão, fotógrafos sem parar de disparar. Roupa extraordinária está pronta a ser vestida por corpos esculturais. O murmurinho na plateia já se faz ouvir, estão lá todas as it girls, as blogers, as grandes herdeiras, os jornalistas do género. As expetativas estão altas e eis que chega o momento. A luz da passerelle acende, as pessoas calam-se e admiram aquela beleza. Uns mais concentrados no andar felino, no catwalk, outros nas roupas, nos pormenores da gola, da bainha, no estampado do tecido, no calçado, no penteado e até mesmo na maquilhagem. A música envolve toda esta mistura de sensações.
Por fim, para encerrar o desfile, aparece o estilista, uns instantes apenas, tempo suficiente para mostrar traços da sua personalidade e receber os merecidos aplausos.

Ana Ribeiro, 12.º B

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Isto para que serve?

Dez metros de tecido servem para:
Fazer de cortinados, de toalha de mesa e de banho.
Desenhar as sete maravilhas do mundo.
Estrangular alguém.
Fazer um laços, lenços, lençóis, vestidos, cachecóis.
Fazer um guarda-chuva, a vela de um barco.
Fazer de papel higiénico, de guardanapos.
Fazer de fita para o cabelo de um gigante.
Fazer um livro de tecido, um baloiço, um pára-quedas, uma saia muito rodada, um véu de noiva, uma manta, uma múmia.
Fazer de meta, de passadeira vermelha, de fantasma.
Fazer uma escada, uma ponte sobre o rio, uma boneca de trapos, um colar, uma capa de super-herói, uma tela, um trabalho do artista Christo.
Esconder, aquecer, fugir da prisão.
Escrever um poema de amor.

Helena, 12.º B
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Uma chave serve para:
Trancar portas/cofres/cacifos/cadeados
Destrancar portas/cofres/cacifos/cadeados
Iniciar motores/programas/
Desligar motores/programas/
Matar alguém
Pista de corridas para ácaros do pó
Cobertura contra o vento para uma formiga
Escrever mensagens com elas e nelas
Escorrega para grãos de areia
Treino de alpinismo para bichos-de-conta
Delinear fronteiras
Carimbar padrões nas testas das pessoas
Ajudar a criar cenários
Ornamentar uma casa
Alvo, cabide, formão
Declarações de amor
Terminar contratos
Representar famílias
Como serrote mal afiado
Tirar a cera das orelhas
Abre-latas e chave-de-fendas improvisado
Porta-chaves
Para remover excesso de resíduos no castiçal de uma vela
Fechar textos em chave de ouro

Sebastião Perestrello, 12.º B

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Uma moeda serve para:
Comprar um chocolate
Matar a fome
Ver um sorriso num mealheiro
Muitas fantasias de muitos contabilistas
Muitas rodas de muitos automóveis
Pagar muitas dívidas
Pagar salários
Jogar às trocas comercias
Comprar uma barra de celulite
Pôr um transporte de diversão a rolar
Conhecer o mundo de forma low cost
Ver o mundo por um canudo
Matar o vício da cafeína e da nicotina
Pôr a cantar um cego
Jogar uma raspadinha
Dar como gorjeta
Pedir desejos a uma fonte
Corromper aqueles que se julgam puros
Para decidir o campo e a bola

Bruno, 12.º B
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Um pau serve para/de:
Atirar a alguém.
Espada numa batalha a dois.
Participar uma luta mágica como é no caso da varinha do Harry Potter.
Coçar algumas partes do corpo onde não chegamos.
Levar alguns sacos numa ponta e na outra do pau como os camponeses antigos faziam.
Construir alguns objectos da agricultura, como é o caso da enxada.
Formar uma estrutura de cabana ou uma jangada.
Cortados, servem como miniaturas de casas e algumas maquetes.
Acessórios numa aula de matemática para exemplificar formas geométricas.
Escrever, como é o caso do lápis.
Instrumento de culinária, a colher de pau, que também serve castigar os maridos mal comportados.
Dividir compartimentos, como é o caso da porta.
Os castores fazerem diques.
Como suporte, de mesas, por exemplo.
Construir naus e outros tipos de barcos.
«Paus» é um naipe do baralho de cartas.
Pegar nos gelados.
Fazer as colheres de finalistas.
Como produto medicinal.
Formar o ponto forte das árvores.
Ser o suporte dos fantoches.
Para construir mobília.
Fazer palitos e fósforos.
Formar uma escada.
Construir uma casa de árvore.
Para dar conforto num dia de inverno junto à lareira, enquanto ardem.
Dividir terrenos ou propriedades.
Endireitar plantas e as costas de uma pessoa.
Afiados servem como arma, tipo o arco e flecha.
Para jogos tradicionais, como alvo para acertar com argolas.
Suporte dos espantalhos.
Utensílio numa dona de casa pois é o suporte da vassoura.
Pá para meter a pizza no forno.
Para a roda do moinho.
Para fazer rolos da massa.
Cavalinho de pau para crianças.
Molduras.
Base do baloiço.
Construir algumas caixas que têm como fim mealheiro.
Virar tripas.
Fazer fogo
Pescar como os antigos faziam
Mexer outros objectos nojentos
Partir qualquer coisa
Aromatizar (pau de canela)
Fazer papel
Tanta coisa…

Paulo Pereira, 12.º B
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Um vaso serve para/de:
Plantar flores
Mandar contra alguém
Alimentar os gatos e os cães
Criar decorações de jardins
Guardar berlindes
Acumular lixo
Usar na cabeça no carnaval
Caixote do lixo
Usar na praxes académicas
Treinar a postura para um desfile
Balde para um bêbedo
Segurar as toalhas que voam com o vento
Criar um refúgio de formigas
Guardar/esconder as chaves
Partir espelhos

Ana Ribeiro, 12.º B
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Para todos os sítios que olhamos, lá estão elas, redondas, achatadas de várias formas. Mas já nos interrogamos para que serve uma pedra e quais as suas utilidades?

Uma pedra serve para:

Nos sentarmos na falta de uma cadeira;
O cão fazer as suas necessidades;
Amarrar um barco;
Fazer fogo;
Fazer de brita-nós;
Produzir chama no isqueiro;
Pousar sobre um saco ou uma toalha num dia de vento;
Vê-la saltar na água quando a atiramos ao rio;
Para os mais pequenos brincarem;
Utilizarmos na fisga;
Para os mais habilidosos fazerem esculturas e monumentos;
Fazer de roda;
Fazer de mó;
Fazer de pia para os animais comerem;
Ser utilizada nas catapultas;
Existem mesmo as preciosas, que as senhoras tanto gostam;
Para caçar;
Ser utlizada em tarefas domésticas, pedra-pomes;
Decorar, dando um ar mais bonito à nossa casa;
Ser estudada numa aula de geologia;
Entupir um rim;
Criar dor quando as pontapeamos do nosso caminho;
Romper o calçado;
Incomodar dentro do sapato;
Dar nome à sopa da pedra;
Nos dar dor de costas quando pegamos nelas;
Fazer de carrego aos camiões;
Proteção de uma formiga que esta a ser perseguida pelo nosso pé;
Dar trabalho aos pedreiros;
Estar no lugar do coração;
As vermos rebolar dos montes;
Matar;
Andarmos sobre elas no rio e não molharmos os pés;
Ser o nome de uma localidade: Pedra Furada;
Serem escaladas;
Gravar datas e recordações, como as pinturas das cavernas;
Cair do espaço (meteorito);
Construir casas, palácios, muralhas, castelos;
Destruir castelos, muralhas, palácios, casas.

Marcelo, 12.º B

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Objeto-quase

Cada aluno trouxe de casa um objeto pessoal carregado de significado para si e  contou a sua história.

A minha bala

Tinha cerca de quatro horas de vida quando algo me chegou à mão. Podia ter sido uma chucha, um símbolo do começo da vida, mas não. Foi uma bala.

Sim, uma bala, uma cilíndrica e dourada bala, um objecto mortífero que desde então me acompanha para todo o lado, e considero-o como um amuleto, pois foi-me dado pelo meu pai.

Desde que foi carregada na arma e preparada para atingir um alvo até chegar à minha mão, este objeto tem uma história.

Preparada para ser disparada, apenas precisou de encontrar um alvo para que saísse com toda a pressão do cano da arma, rasgando o ar, com um destino, o abdómen de um soldado caído então no campo de treino militar, o meu pai.

Jorrando sangue sobre a branca neve caída nessa fria manhã de inverno, o soldado foi transportado de imediato para o hospital, para que lhe retirassem o objeto que, acidentalmente, entrara no seu corpo.

A notícia de que o meu pai tinha sido baleado, provocou na minha mãe, que estava grávida, grande aflição, indo ela de imediato para o hospital, não para ver o meu pai, mas para eu nascer.

Esta bala antecipou assim em três semanas o meu nascimento, e no hospital, nasci do outro lado da sala em que estava o meu pai a ser operado.

Desde que me lembro de quem sou a bala que me fez nascer acompanha-me por todo o lado.

Sabe-se lá se não antecipará outras coisas…

Marcelo Guedes, 12.ºB

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Um caderno perfumado

Foi numa tarde de verão, no final das aulas, quando passeava com o meu namorado, que ele me deu uma rosa, colhida no jardim da escola. Guardei-a. Um dia mais tarde, pensei: «porque não pôr todas as flores que encontro num caderno?»

Assim fiz.

A partir daquele dia, todas as flores que encontro ou que me dão guardo-as neste canteiro, para um dia mais tarde poder folheá-lo de uma maneira diferente. Nem todos os cadernos têm perfume, nem todos têm lembranças. Este tem momentos, pensamentos, memórias, flores secas, como se fosse um diário florido.

Neste pequeno jardim portátil há uma coisa fascinante. As flores que nele vivem sobrevivem sem água, apenas com o amor e as viagens que lhes proporciono. Os destinos são novos jardins onde elas podem conhecer novas flores, novas culturas, novas cores e aromas. Nunca invejam o que vêem. Admiram-se.

Depois de secas, ganham outras cores, também estas bonitas como se ainda estivessem vivas. Não quero dizer com isto que elas agora estejam mortas.

Mortas não.

Vivas! Bem vivas, nas minhas recordações.

Helena Sequeira, 12ºB

 

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Doce castelo

Era uma vez um castelo. Um castelo diferente.

A base era de bolacha amanteigada, forte e sólida, capaz de segurar uma montanha!

As pedras amorangadas estavam envoltas em natas batidas, para manter a estrutura daquela deliciosa edificação. Era a masmorra mais apetecível de sempre!

No andar de cima, onde dormiam luxuosamente os reis e rainhas, príncipes e princesas, o chão era novamente de bolacha, mas numa camada mais fina, mais elegante. O tecto desse mesmo andar, para que ficasse bem isolado e confortável, era feito de mais uma camada de saborosas natas batidas, consistentes e cremosas, sem uma única imperfeição.

Finalmente, as ameias. Pedaços de apetitosos morangos, cuidadosamente cortados cobriam as onduladas natas.

Com o passar do tempo, aquele irresistível castelo foi desaparecendo, a pouco e pouco, dentada a dentada…

Matilde de Sepúlveda, 11.º B

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Palavras para obras de Yerka III

– Mas que coisa!…. A aldeia está a flutuar?

– Não. É o solo que é apenas composto pelo mineral mais puro e mais refinado que existe,apenas visível por aqueles que são verdadeiramente honestos.

– Ah! Faz sentido.

Sebastião Perestrello,

11.º B

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Palavras para obras de Yerka II

Carlos, estou a sentir pingas na cabeça. Está a chover?

– Nada disso. Isso é só a onda a descongelar. Nada de grave.

Sebastião Perestrello, 11.º B

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Palavras para obras de Jacek Yerka I

– Senhor, será que me poderia explicar por que construiu uma barragem com uma estante de livros no meio da floresta?

– Ora, certamente, Fernando. Eu apenas gosto de estar em contacto com a Natureza enquanto leio.

Sebastião Perestrello, 11.º B

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Queirosianando por aí…

Para se interiorizar o estilo de um autor, não há como senti-lo na pele. Na pele, no coração, e, sobretudo, no cérebro. Estudados Os Maias, imitar pontual ou persistentemente o estilo e a linguagem de Eça de Queirós é uma tentação. O Sebastião não resistiu e reescreveu uma notícia encontrada na internet sobre a situação económica atual do país. Os queirosianismos encontram-se assinalados a negrito.

Portugal continuará a recessionar em 2013

O programa de ajustamento da Troika está “como previsto”, mas Portugal vai mesmo assim sofrer uma forte, potente e desagradável recessão este ano e em 2013 também, considera a simpática e benevolente agência de notação financeira Fitch.

Numa análise hoje divulgada sobre Portugal, a Fitch considera que o processo de “reforma e reequilíbrio da economia portuguesa começou bem”. Imagine-se se não tivesse começado…

Os analistas da Fich” (sic), notam que o défice da balança corrente “está a diminuir” e que, “em termos gerais”, Portugal está a cumprir o acordozinho com a Troika composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (também conhecido por FIM…)

O precioso documento – intitulado “No bom caminho até agora, mas persistem desafios” – aponta contudo também para os “riscos significativos”, nomeadamente o fraco, débil e delicado crescimento.

Deste ponto de vista, a Fitch negreja ainda mais o quadro do que o Governo ou do que a ‘troika’, vaticinando uma contração do PIB de 3,7 por cento, este ano (o Executivo agarra-se a uma quebra de 3 por cento), e que a recessão continue em 2013 futurando uma nova redução do PIB em 1,5 por cento (o Governo, falsamente esperançoso, espera que a economia cresça 0,6 por cento no próximo ano).

No entanto, e numa aparente contradição, as Fitchações para a evolução da taxa de desemprego são muito mais otimistas do que as governais ou as troikanas — a Fitch calcula convenientemente uma taxa de 13,5 por cento para este ano e 14 por cento no próximo (o Governo prevê deliberadamente 14,5 e 14,1 por cento, e deverá rever brevemente, rigorosamente, pormenorizadamente, estas projeções).

Link da notícia original: http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2516849

Sebastião Perestrello, 11,º B, numa tarde em que se encontrava com disposição queirosiana

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Sábado à noite

Sábado à noite
Dança-se na disco
Namorisca-se
Janta-se à luz das velas
Contemplam-se as estrelas
Vai-se a uma festa
Faz-se uma festa
Vai-se ao cinema
Deixam-se os filhos com as amas
Alegram-se aqueles que esperaram pelo fim-de-semana
Entristecem-se aqueles que pensam que o fim-de-semana está a acabar
Patrulham-se as ruas
Conhecem-se pessoas novas
Reencontram-se velhos amigos
Sai-se de casa às escondidas dos pais
Vai-se a concertos
Vai-se ao teatro
Visita-se a família que está longe
Descansa-se
E espera-se com ansiedade …
… até sábado à noite.

Matilde Sepúlveda, 11.º B

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