Sexualidade e olhares humanos

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Colocado por nero | na categoria Notícias | em 24-04-2012

SexualidadeQuem somos nos nossos olhares?

“Nos nossos olhares e nos nossos pensamentos, nós somos alguém. Temos um estilo e uma personalidade quando olhamos ou pensamos certas coisas. O nosso olhar deixa transparecer o modo como olhamos e o que pensamos.

Vê-se quando olhamos com simpatia e quando olhamos com malícia; vê-se se queremos bem ou se queremos mal, nota-se quando olhamos para uma pessoa admirando-lhe o fascínio e a beleza e quando nos nossos pensamentos como que a possuímos. Nos nossos olhares vê-se não só se andamos desiludidos ou satisfeitos, mas vê-se também se somos corretos e leais ou se somos mal-educados e indecentes. Vê-se quem nós somos, que tipo de pessoa somos, que espécie de jovens somos, qual é a personalidade que estamos a construir.

Os jovens, em particular, são pessoas fantásticas, mas ao mesmo tempo têm muita fantasia, fantasia com a qual percorrem caminhos e atalhos, sonhos e desejos impossíveis. Tudo isto por um lado é belo e maravilhoso, porque faz sonhar e projetar, vislumbar o futuro. Mas é também verdade que por vezes nos nossos pensamentos e olhares se escondem muitas frustrações, sonhos proibidos,  coisas e possibilidades que depois na realidade são inverosímeis.

Os olhos, porta afetiva

É importante para jovens, tal como para as pessoas adultas, para pais e para professores, perguntar-nos qual é a qualidade dos nossos pensamentos e dos nossos olhares. Que tipo de personalidade queremos construir, que futuro? Os nossos sentimentos e os nossos afetos o que é que procuram, com o que é que sonham?

A sexualidade é uma realidade bela. Podemos pensar coisas belas da nossa amizade com uma rapariga ou um rapaz, dimensões afetivas de partilha autêntica. Mas também é verdade que, com os nossos pensamentos, podemos despir a beleza de uma criatura e reduzi-la a uma ‘coisa’, instrumentalizar os dons da sua corporeidade para prazeres egoístas.

Através dos nossos olhos entram dentro de nós muitas imagens, provocações eróticas que certas coisas e espetáculos acentuam. Se não orientarmos os nossos olhares e pensamentos, tornamo-nos vítimas de todos os que, através dessas imagens, decidiram dominar-nos, levar-nos para onde eles projetaram, usando-nos para os seus fins.