Crioconservação de embriões

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Colocado por rosa | na categoria Visão dos alunos | em 27-11-2011

crioconservação

A crioconservação de embriões é o congelamento de embriões a temperaturas muito baixas (-196 °C) utilizando geralmente azoto liquido. Apesar de ser uma técnica de reprodução medicamente assistida e ter como finalidade ajudar casais a terem filhos, existem algumas questões éticas que se levantam.

Alguns cientistas alertam para o facto de algumas destas técnicas de crioconservação não terem sido suficientemente avaliadas. Estudos controversos indicam que este processo pode acarretar alterações cromossómicas nos embriões.

Esta técnica de reprodução medicamente assistida origina diversos embriões excedentários que acabam por ser congelados durante um a oito anos, de acordo com a legislação em vigor nos diferentes países. No entanto, nem sempre a lei prevê o destino a dar a esses embriões, podendo ser eliminados, doados ou usados para fins de investigação em áreas importantes da Medicina. Este problema acarreta implicações morais e éticas como o facto de se interferir sobre o destino de um possível novo ser humano ou, por exemplo, destruir-se um possível novo ser ou ainda controlar um processo natural como é a reprodução. Existem ainda implicações religiosas como o facto de podermos estar a fazer o papel de Deus ao seleccionarmos os embriões, visto que devemos aceitar o que somos em maior parte das religiões por sermos supostamente produtos da sua criação e também por caber a Deus decidir quem morre ou não (neste caso os embriões).

A discussão sobre quando começa a vida é interminável e provavelmente não tem vencedores. O facto de se destruir possivelmente um ser vivo ou decidir se será doado para investigações científicas também levanta motivos de discordância entre várias pessoas.

Por fim, devemos lembrar-nos que esta técnica pode ajudar muitos casais a terem filhos em situações de possível tratamento com quimioterapia, com possibilidade de redução da fertilidade, ou em outras situações em que a fertilidade de um ou de ambos os membros de um casal esteja em causa. A sua doação a outros casais também poderá permitir que estes possam ter filhos. Quanto à sua doação para investigação em áreas importantes da medicina, pode ser importante na medida em que poderá permitir-nos conhecer melhor os mecanismos de fertilidade e ultrapassar alguns problemas neste campo. O estudo destes embriões também poderá contribuir para uma melhor compreensão de certas doenças com consequente melhoria na qualidade de vida da população em geral.

Devemos lembra-nos que este é um assunto delicado e que deve haver um equilíbrio entre os que são contra e os que são a favor e devemos respeitar a opinião de cada uma das partes de forma a avançar no que toca a este assunto da crioconservação de embriões.

Miguel Monteiro, nº11,  12ºA

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