Quem somos nos nossos olhares?
“Nos nossos olhares e nos nossos pensamentos, nós somos alguém. Temos um estilo e uma personalidade quando olhamos ou pensamos certas coisas. O nosso olhar deixa transparecer o modo como olhamos e o que pensamos.
Vê-se quando olhamos com simpatia e quando olhamos com malícia; vê-se se queremos bem ou se queremos mal, nota-se quando olhamos para uma pessoa admirando-lhe o fascínio e a beleza e quando nos nossos pensamentos como que a possuímos. Nos nossos olhares vê-se não só se andamos desiludidos ou satisfeitos, mas vê-se também se somos corretos e leais ou se somos mal-educados e indecentes. Vê-se quem nós somos, que tipo de pessoa somos, que espécie de jovens somos, qual é a personalidade que estamos a construir.
Os jovens, em particular, são pessoas fantásticas, mas ao mesmo tempo têm muita fantasia, fantasia com a qual percorrem caminhos e atalhos, sonhos e desejos impossíveis. Tudo isto por um lado é belo e maravilhoso, porque faz sonhar e projetar, vislumbar o futuro. Mas é também verdade que por vezes nos nossos pensamentos e olhares se escondem muitas frustrações, sonhos proibidos, coisas e possibilidades que depois na realidade são inverosímeis.
Os olhos, porta afetiva
É importante para jovens, tal como para as pessoas adultas, para pais e para professores, perguntar-nos qual é a qualidade dos nossos pensamentos e dos nossos olhares. Que tipo de personalidade queremos construir, que futuro? Os nossos sentimentos e os nossos afetos o que é que procuram, com o que é que sonham?
A sexualidade é uma realidade bela. Podemos pensar coisas belas da nossa amizade com uma rapariga ou um rapaz, dimensões afetivas de partilha autêntica. Mas também é verdade que, com os nossos pensamentos, podemos despir a beleza de uma criatura e reduzi-la a uma ‘coisa’, instrumentalizar os dons da sua corporeidade para prazeres egoístas.
Através dos nossos olhos entram dentro de nós muitas imagens, provocações eróticas que certas coisas e espetáculos acentuam. Se não orientarmos os nossos olhares e pensamentos, tornamo-nos vítimas de todos os que, através dessas imagens, decidiram dominar-nos, levar-nos para onde eles projetaram, usando-nos para os seus fins.
Colocado por anafonseca | na categoria Visão dos alunos | em 29-02-2012
No primeiro dia de aulas, um colega meu toxicodependente viu uma rapariga lindíssima, por quem se apaixonou perdidamente. Aproximou-se dela e dedicou-lhe um tímido “olá”. Mas, para grande tristeza do meu amigo, ela não lhe deu atenção, uma vez que conhecia o problema dele. Pela primeira vez, refletiu na sua existência e no quanto tinha pouco sentido a vida que levava.
Aquela rejeição fê-lo observar a tal rapariga e analisar como ela era feliz na vida saudável que levava e, aos poucos, foi a admirando cada vez mais. A rapariga também começou a olhá-lo com uns olhos diferentes e, um dia, sorriu-lhe. Aquele belo sorriso, que fazia brilhar uns magníficos olhos verdes, encheu o seu coração de coragem e esperança. Então, determinado, pediu-lhe que viesse falar com ele a sós. Nessa conversa, contou-lhe o quanto gostava dela e explicou-lhe que não conseguia parar de consumir drogas, uma vez que já estava muito viciado. No entanto, prometeu-lhe que ia recuperar, embora tivesse que passar uns meses a uma casa longínqua, onde o iam ajudar. A rapariga sorriu de novo.
E assim foi, o rapaz esteve ausente três longos meses. Quando regressou, vinha totalmente curado, foi procurar a rapariga e disse-lhe:
- O que me fez recuperar foste tu e o sorriso que me deste, muito obrigado.
Manuel Luís Paiva, Nº21, 9ºB, Oficina de Escrita
A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética autossómica recessiva, causada pela ausência ou deficiência da enzima hepática fenilalanina hidrolase responsável pela transformação do aminoácido fenilalanina no aminoácido tirosina. Assim, a fenilalanina acumula-se no sangue, afetando o desenvolvimento do cérebro, provocando atraso mental e problemas psicomotores.
Como a fenilalanina hidrolase é deficiente na sua ação há um bloqueio genético no processo metabólico. Em resultado desta deficiência a fenilalanina acumula-se no organismo convertendo-se em ácido fenilpirúvico e em outros metabolitos que são excretados na urina dos doentes. O bloqueio da enzima leva a uma posterior deficiência ao nível da tirosina, que ao estar envolvida na síntese de melanina provoca a sua diminuição no organismo – albinismo. Por esta razão, as crianças com fenilcetonúria têm cabelos loiros ou brancos, olhos e pestanas brancos e zonas do cérebro que normalmente possuem pigmentação podem também perdê-la.
As pessoas afetadas com esta doença apresentam sintomas específicos: atraso do desenvolvimento psicomotor (andar e falar), convulsões, hiperatividade, tremor, microcefalia, entre outros. Estas alterações identificam-se com cerca de 1 ano de vida e praticamente todos os pacientes não tratados apresentam um QI inferior a 50 (devido ao atraso mental); a esperança média de vida para um doente sem tratamento ronda os 30 anos.
A fenilcetonúria é um dos erros de metabolismo dos aminoácidos mais frequente, afetando 1 em cada 10000 recém-nascidos. Em Portugal estima-se que haja cerca de 300 crianças afetadas por esta doença. A deteção da fenilcetonúria é feita após o nascimento através da triagem neonatal, vulgarmente conhecida por “teste do pezinho”.
O tratamento da doença é feito através de um controlo alimentar com uma dieta especial evitando alimentos que contenham fenilalanina (carnes vermelhas, leite, etc). Desta forma é possível controlar os níveis de fenilalanina no sangue evitando grandes quantidades deste aminoácido e, assim, prevenir o atraso mental dos doentes. Esta dieta é feita sob rigorosa orientação médica. Para evitar carências nutritivas foram desenvolvidos complementos vitamínicos e proteicos que complementam a dieta alimentar dos doentes.
Existem também medicamentos que permitem a ação menos radical dos hábitos alimentares facilitando o progresso do tratamento. Um destes medicamentos é o “PreKUnil” , comprimidos que contêm uma elevada quantidade de triptotano e tirosina. Mediante uma inibição competitiva combatem o aumento de fenilalanina que chega às células nervosas, o que diminui o efeito prejudicial na produção de neurotransmissores. Contém também quantidades suplementares de alguns aminoácidos essenciais. É recomendável a crianças com mais de 7 anos e não pode ser utilizado em PKU’s maternas.
Por fim, a medicina está também a desenvolver um projeto que visa a produção da enzima fenilalanina hidrolase para que esta possa, exercendo a sua função, transformar a fenilalanina em tirosina.
Sara Raquel da Silva Duarte 12ºA Nº15
Colocado por rosa | na categoria Visão dos alunos | em 27-11-2011
A fecundação in vitro (FIV), conhecida como “bebé proveta” é uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste retirar um ou vários óvulos de uma mulher, para um ambiente laboratorial, (in vitro), onde colocam-se um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, em redor de cada oócito II, procurando obter pré-embriões que depois são transferidos para o útero.
Este método de reprodução medicamente assistida, têm vindo, a surgir vários problemas éticos. Destes problemas surge a polémica que diz respeito ao destino que se deve dar aos embriões concebidos e que não foram utilizados para a implantação. Através da fecundação in vitro resultam vários embriões, uma vez que é necessário para garantir o êxito da técnica, já que, desta forma, há maiores probabilidades de ocorrer gestação. Desses embriões nem todos são transferidos para o útero, pelo que, os embriões que não forem transferidos são criopreservados. A criopreservação de embriões só é considerada lícita quando tem por finalidade a procriação humana. Surgindo questões de ordem prática, como, por exemplo, o abandono pelos pacientes desses embriões congelados, seja porque a primeira tentativa deu certo. Quando, por algum motivo, esses embriões criados com a finalidade de procriação não são transferidos ao casal, surge um problema: o que fazer com eles?
A doação é um acto bilateral, sendo necessário o consentimento expresso dos dois responsáveis pelo material genético e dos dois beneficiários do tratamento. Vê-se que é a solução mais aceitável eticamente, e legalmente permitida desde que não tenha carácter lucrativo ou comercial. Assim, permite-se a doação dos embriões desde que seja para fins de procriação humana. É importante ressaltar que, se trata de doação de pré-embriões, em que não haverá vínculo biológico, pois o material genético será estranho ao casal receptor, facto que poderá gerar maior dificuldade na determinação da prova de filiação. Com isso, havendo discussão sobre a filiação e não sendo possível a prova biológica, leva-se em consideração os termos do consentimento expresso do casal.
O descarte ou destruição dos embriões é uma solução bastante polémica, que causa conflitos no campo ético, religioso e jurídico. O descarte de embriões é determinado “quando o casal não permite o congelamento, e ainda, algumas vezes em virtude de má formação ou grave anomalia genética”. No que diz respeito à eliminação de embriões humanos, há o questionamento que se aproxima das questões éticas a respeito do aborto. A pergunta é se poderia ser assimilada ao aborto, a destruição de embriões humanos in vitro.
A comercialização de embriões coloca muitas questões éticas. Assim como constantemente nos deparamos com denúncia sobre mercado de órgãos para transplante, há também bancos de espermas que funcionam como verdadeiro comércio de embriões.
Ao lado da doação e da destruição, existe a possibilidade de experimentação com os pré-embriões excedentes que apesar de criados com o propósito de implantação, não são utilizados. Nos dias de hoje, discute-se a possibilidade de utilização de embriões humanos como reserva de órgãos e tecidos, de maneira a auxiliar no tratamento de doenças. Uma vez que o embrião contém células embrionárias, que segundo os cientistas são mais eficientes e com maior capacidade de transformação em outras células, podem vir a ser uma nova alternativa no tratamento de doenças degenerativas: Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica, entre outras.
Assim conclui-se que os embriões excedentes podem ser muito importantes para fins medicinais, visto que, podem tratar doenças e estudo científicos. Também conclui-se os embriões não podem ser destruídos, porque pode trazer muitas vantagens como as que foram referidas.
DANIEL GOUVEIA FELIZ Nº5 12ºA
A crioconservação de embriões é o congelamento de embriões a temperaturas muito baixas (-196 °C) utilizando geralmente azoto liquido. Apesar de ser uma técnica de reprodução medicamente assistida e ter como finalidade ajudar casais a terem filhos, existem algumas questões éticas que se levantam.
Alguns cientistas alertam para o facto de algumas destas técnicas de crioconservação não terem sido suficientemente avaliadas. Estudos controversos indicam que este processo pode acarretar alterações cromossómicas nos embriões.
Esta técnica de reprodução medicamente assistida origina diversos embriões excedentários que acabam por ser congelados durante um a oito anos, de acordo com a legislação em vigor nos diferentes países. No entanto, nem sempre a lei prevê o destino a dar a esses embriões, podendo ser eliminados, doados ou usados para fins de investigação em áreas importantes da Medicina. Este problema acarreta implicações morais e éticas como o facto de se interferir sobre o destino de um possível novo ser humano ou, por exemplo, destruir-se um possível novo ser ou ainda controlar um processo natural como é a reprodução. Existem ainda implicações religiosas como o facto de podermos estar a fazer o papel de Deus ao seleccionarmos os embriões, visto que devemos aceitar o que somos em maior parte das religiões por sermos supostamente produtos da sua criação e também por caber a Deus decidir quem morre ou não (neste caso os embriões).
A discussão sobre quando começa a vida é interminável e provavelmente não tem vencedores. O facto de se destruir possivelmente um ser vivo ou decidir se será doado para investigações científicas também levanta motivos de discordância entre várias pessoas.
Por fim, devemos lembrar-nos que esta técnica pode ajudar muitos casais a terem filhos em situações de possível tratamento com quimioterapia, com possibilidade de redução da fertilidade, ou em outras situações em que a fertilidade de um ou de ambos os membros de um casal esteja em causa. A sua doação a outros casais também poderá permitir que estes possam ter filhos. Quanto à sua doação para investigação em áreas importantes da medicina, pode ser importante na medida em que poderá permitir-nos conhecer melhor os mecanismos de fertilidade e ultrapassar alguns problemas neste campo. O estudo destes embriões também poderá contribuir para uma melhor compreensão de certas doenças com consequente melhoria na qualidade de vida da população em geral.
Devemos lembra-nos que este é um assunto delicado e que deve haver um equilíbrio entre os que são contra e os que são a favor e devemos respeitar a opinião de cada uma das partes de forma a avançar no que toca a este assunto da crioconservação de embriões.
Miguel Monteiro, nº11, 12ºA
Colocado por anafonseca | na categoria Visão dos alunos | em 12-11-2011
Sorri, porque a sorrir ficas mais feliz.
Era uma vez uma menina de dez anos, que tinha lindos cabelos loiros e olhos de um azul cristalino. Apesar de ser bonita, era preguiçosa e, a malandra, não gostava nada de lavar os dentes.
Ela olhava-se ao espelho e sorria. Mas, o seu sorriso deixava-a triste, porque os seus dentes eram mais amarelos do que o cabelo. Por isso, nunca sorria nas fotos, nunca sorria na escola, nunca sorria. E, como era muito bem comportada, recebia doces de prémio, o que piorava ainda mais a situação.
Ora, um dia, a mãe, preocupada, marcou-lhe uma consulta no dentista. Mais preocupada ficou a menina, que não tirava da cabeça a ida ao médico, pois imaginava-se a sair desdentada do consultório.
Então, chegou o grande dia e lá foi ela, num sábado, à tal consulta. O senhor doutor, que afinal era muito simpático, recomendou-lhe que lavasse sempre os dentes após as refeições e que não comesse muitos doces.
Passaram dois meses e após ter seguido à risca as recomendações do dentista, a menina começou a sorrir. Agora tinha o mais bonito sorriso da escola. Com aquele sorriso incandescente, fez muitos amigos novos e não havia uma única pessoa que não lho retribuísse.
E, assim, a sorrir acabou por ficar mais bonita e feliz!
Daniel Duarte, 9.ºB, Oficina de Escrita
Colocado por nero | na categoria Algumas Reflexões | em 05-11-2011
Todos sabemos o que significa, se o entendermos como a satisfação dos nossos “caprichos”, quase sempre egoístas e sem valor até mesmo para nós próprios.
Nem sempre nos parece ser necessário “gastar energias” na obtenção do que nos é, verdadeiramente, gratificante ou melhora a nossa qualidade de vida.
Apetecer não é o mesmo que querer.
Apetece-me… um gelado quando nem sequer almocei, um hamburger porque o “repasto” consistia em peixe assado, um chocolate quando a sobremesa é uma maçã…
Apetecer obriga-me à imperiosa incumbência de tomar decisões, sem responsabilidade ou consciência, que pode vir a ter consequências muito graves: desenvolver diabetes, ficar obeso, lutar contra a tensão arterial muito elevada, ou, até mesmo, e às vezes, por causa disso, adquirir hábitos dos quais não me conseguirei livrar sem muito sofrimento: bulimia, anorexia, consumo de drogas ou a prática do furto de tudo aquilo que considero ter o direito de possuir e não posso.
Preciso comer com mais qualidade e, por isso, quero mudar os meus hábitos mas… não tenho força de vontade, “não me apetece”…
O querer implica vontade, determinação, disciplina, persistência…
É muito? Não te apetece?…
Então não te queixes, não culpes os outros, não penses que és um infeliz sem sorte nenhuma.
Se queres mesmo algo… ao menos, TENTA!!!!
Colocado por nero | na categoria Algumas Reflexões | em 28-10-2011
Desde os primórdios que a humanidade, em geral, teve bem presente um sentimento de medo e repulsa pelo que considera “diferente”. Ao longo da história, estão presentes inúmeros exemplos desse tipo de discriminações pelo que é “diferente”. É o caso da escravidão dos negros africanos e da sua apelidação, pelo homem branco, como servos sem cérebro que só servem para fazer o que o homem branco não quer ou não acha digno fazer. É a história também que nos prova que este tipo de discriminações podem ter a ver, não só, com a cor da pele, como também com a crença religiosa, a herança cultural, a língua, a orientação sexual e os país de origem.
Ora, no filme “Filadélfia”, trata-se exactamente de um caso de discriminação contra um advogado homossexual que trabalha numa multinacional que acaba por despedi-lo só pelo facto de ele, para além de ser homossexual, ser portador do vírus da sida. Tal falta de consideração pela boa pessoa e excelente advogado que ele era levo Andrew (nome da personagem principal do filme) a processar a empresa que o despedira. Dessa forma, Andrew quis lutar não só pelos seus direitos como advogado exímio injustamente despedido, como por ter a certeza absoluta de que tal acto se deveu ao facto de os dirigentes da empresa se sentirem enojados por terem de conviver com um portador do vírus da sida.
Para que pudesse processar a empresa, precisava de contratar um advogado para o defender em tribunal. Para tal, fala com dez advogados, mas todos eles se recusaram a defendê-lo, em virtude de ele ser homossexual e ter o vírus da sida. Mesmo assim, não desiste e continua a investigar para conseguir provas de que fora despedido, devido à sua doença, e não por ser incompetente. E é ai que o décimo advogado com que Andrew falou, muda de ideias e decide ajudá-lo. Nisto, tanto Andrew como o advogado que o defende se tornam símbolos da defesa dos direitos dos homossexuais e dos portadores do vírus da sida. Eventualmente, Andrew acaba por sucumbir à doença, ficando cada vez mais fraco, acabando por morrer, mas não sem primeiro ter ganho o processo.
Embora neste filme o protagonista acabe por perecer, o que importa é que não desistiu, tendo defendido o direito de ser tratado com equidade, independentemente da sua orientação sexual ou da sua doença.
Trabalho realizado por: André César Ferreira, 12ºB, Nº1